26 February 2006

Sabem quando andam a remexer nos papéis ou em qualquer outra coisa e surge uma imagem, uma palavra, um desenho que aperta o coração?


Isso aconteceu-me na 4ª feira passada, durante a velada do Dia do Pensamento (Scouts` Stuff, pra quem não sabe o que é...).
Estava a ser projectada uma série de fotografias já com alguns anos, de actividades em que participei quando era escoteira.
E juro que tive de me conter para não deixar escapar uma ou outra lagriminha....!

Não me considero uma pessoa saudosista. Consigo encarar saudavelmente o passado, com tudo o que de positivo e negativo se passou e, mais importante ainda, com o que recolhi da experiência vivida.
Mas ver-me embrenhada em mil e um jogos, com pessoas que na altura foram tão importantes para mim, ver a patrulha, os gajos com quem tanto embirrávamos ("galinhas" não é um substantivo pelo qual gostássemos de ser tratadas!), os sítios onde desbrenhámos mato, montámos tendas e acendemos fogueiras, a vara da Koala, a tronca de Clã, a veste, o escalpe...
Juro que quase morri de saudade! E que me senti ridícula, porque esta saudade me fez sentir velha... :/
Até há algum tempo, quando uma actividade acabava (e especialmente se eram grande s actividades), ao estar a tomar banho, ficava sempre melancólica e tinha tendência a chorar. Porque tinha acabado, porque nunca mais, por mais momentos fantásticos que viesse a ter, voltaria a ter uma semelhante áquela.
Sentia-me tonta, sim, porque sabia perfeitamente que tinha um mundo à minha frente, mas inevitavelmente "blue"...
Presumo que já fosse alguma consciencialização de que nem tudo dura para sempre. Que surgem novas e aliciantes etapas, situações desafiantes e pessoas a descobrir, mas que é (felizmente) impossível descolar-me do passado.





Sinto que é exactamente esta consciência que me trouxe alguma sabedoria para passar a aproveitar mais cada momento :)

5 no cravo ou na ferradura:

Anonymous said...

Fujam! Fujam! É o Ku Klux Klan! ;|

Mári len said...

tb tive essa perpectiva ze!:)
pois e!estas merdas...a brincar,a brincar,ja ca estamos ha uns anos...ha uns bons anos!e imposivel n olhar p tras e pensar nisso tudo como passado,n cm enterrado,mas passado,por vezes ha tt tp...acontece o mm com a malta da escola (aquela turma q durou mais anos) ou a mim nas colonias de ferias...qd a malta se junta e começa a contar "estorias" nc mais acabam...e parece sp q foi ontem!

Anonymous said...

São esses sentimentos que nos dizem que aquilo que vivemos faz sentido, que tiveram importância na nossa vida e peso na formação da pessoa que somos em hoje em dia. É também esse sentimento que me prende tantas vezes e me impulsiona a dar o meu melhor a transmitir aos júniores tudo o que sei..... e contribuir para que cresçam :)

Biscoita said...

Perdoem-me o comentário tardio aos vossos comentários.

Caríssimo Zé:
Sim, é uma filial do KKK. Mas o objectivo desta é dar caça aos homens do norte, brancos ou negros. Be afraid, be very afraid! :p

Mári:
Tiveste a mesma perspectiva?!?! Tu que vens de um grupo todo cheio de mística! Shame on you :P faltam-nos os capuzes, nesse dia estavam pra lavar!


Cenoura:
Muito bem-vinda por cá! :) Não fazia ideia que a menina perdia do seu tempo com as minhas parvoíces...
Sei que qualquer escoteiro (e de preferência dirigente, porque a distância temporal e a maturidade o propenciam)sente o mesmo que eu em relação a um ou vários momentos da sua vida escotista. Daí a minha partilha, por saber que vários compreenderiam exactamente do que falo.

*** pros 3!

João Pedro said...

a primeira lembrança dessa foto fez-me corar...

... faz-se lá saber porquê :D

seja como for é sempre bom saber que fica sempre alguma coisa daquilo que um dirigente passa.

imaginemos o reverso... daqui a uns anos um escoteiro teu a ter a mesma sensação que tiveste, perceber que tu conseguiste criar esses valores, esses princípios...

é bom...

é tão bom :D