Não sou crítica de cinema. Não tenho a mínima pretensão a tal. Mas há alguns filmes que é impossível passar ao lado. Tenho guardados na minha memória imagens, falas, argumentos aos quais não sou indiferente.
Hoje juntei mais uns quantos elementos destes ao meu baú de recordações.
Na película foram reunidas uma série de personagens que aparentam ser mais complexas do que são mostradas. Will é um poço de confusão, um misto de insegurança, insatisfação, busca da perfeição da relação, busca do amor que lhe falta. Liv é distante, fria, inantigível a todos, com excepção da filha, supostamente autista. No meio de tanta contenção, de tanto sentimento que discorre nos olhos de cada personagem, Bea será, eventualmente, a mais explícita. Estranha e psicoticamente reveladora, mas directa. Humanamente directa! Amira representa por um lado a acomodação à vida medíocre de uma imigrante do subúrbio, a tradicional mãe lutadora, que para si não pretende nada, mas que se esforça sobre-humanamente pelo filho. Por outro lado, ao vislumbrar um fugaz envolvimento, permite-se a si própria uma acção que lhe relembra a sua fragilidade. Miro é apenas o elemento despoletador do enredo.
O filme poderia centrar-se em variadas questões, desde a imigração, à delinquência juvenil, passando pela fidelidade ou pelo desenquadramento social. Mas não... É uma história que fala de segundas oportunidades: de vida, de amor, de relação, de trabalho....
É real por isso mesmo. Porque relembra a importância das segundas oportunidades.
E ainda bem que elas existem...!
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