"Então...? O que será que o retém? - pensou ela. Já se tinham ambos levantado e saído da sala, após um serão a ver tv. Como habitualmente, tinham estado enroscados um no outro, apertados, encaixados no sofá, cobertos só pelo edredon que lhes proporcionava a retenção do calor dos corpos nús. Ela tinha entrado naquele sono leve, em que se deliciava com o toque da pele dele ao som da série cómica que parecia vir tão de longe...
Ele acordou-a suavemente, tentando evitar a resmunguice da birra de sono. Levantou-se com o ar estremunhado, o cabelo revolto e o comentário de que estava tão bem a dormir, que era só mais um bocadinho... "Anda lá, vamos para a cama..." murmurou baixinho, sorrindo. Aquela engraçada rabujice de todas as noites não o incomodava, porque sabia que era apenas advinda da mudança de espaço, do desconforto de passar do sofá para a cama. E, afinal, na cama estariam muito mais confortáveis...!
Ela tremeu ao enfiar-se entre os lençóis frios e aguardou pela sua chegada... E esperou... E esperou...
Até que a curiosidade foi maior que a preguiça, o que a fez levantar-se novamente da cama. Foi até à cozinha em bicos dos pés e ficou meio escondida à porta.
Espreitou e lá estava ele, com ar de puto, sentado à mesa a deleitar-se com uma taça de Chocapic...!
Foi incapaz de dizer o que quer que fosse...
Observou-o durante alguns segundos e voltou para a cama com uma única ideia na mente: como as coisas pequenas acarretam tanta felicidade...!"
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