02 February 2009

Confesso que este manto branco que está a cobrir Bristol, ainda meio a título de manta de retalhos, dado que a neve ainda não é muita, me está a aquecer a alma. Faz-me sorrir e sentir aquele alento necessário para a tarefa que estou a empreender - procurar trabalho.

E faz 1 mês que saí de casa. Na altura, simplesmente casa.
Agora, a casa dos meus pais.

Casa, a minha, a nossa, é aqui.



Bateram ao postigo. Era o carteiro
Trazia um sobrescrito de Lisboa
Não era engano: O nome estava inteiro
Era dirigido à minha pessoa

Abri-o logo ali: Era a respeito
De um pedido que em tempos eu fiz
Para qualquer ofício ganho o jeito
Mesmo que seja só como aprendiz

Nessa tarde já não saí de casa
Sentei-me frente ao lume a matutar
Enquanto dava a volta a uma brasa
Há dias de perder e de ganhar

Meti a tralha toda para um cesto
E mesmo ainda assim sobrava fundo
O que ficou tinha muito mais texto
Não cabe em nenhum verso deste mundo

Foi toda a minha gente à despedida
Ao Largo donde partiu a carreira
Abraços, beijos e até comida
Cada um exprime-se à sua maneira

E foi assim que a vida deu uma volta
A carta e os conselhos de um braseiro
O campo por onde eu andava à solta
Agora está no fundo de um estaleiro

Tantas voltas dá a vida
Tantas voltas dá o Mundo
E depois volta não volta
Muda tudo num segundo

João Monge&João Gil

3 no cravo ou na ferradura:

Anonymous said...

Proximo sabado sou eu. Não preciso de ir para Bristol, apenas para Alvalade.
Mas lanço uma aposta:
- O primeiro a matar o cônjuge, perde.
Que tal?

Mi said...

olha... ao menos ficas com bons vizinhos :P

Alvalade rules!

pronto, bristol tb deve ser giro!
***

Mári len said...

isto não tem nada a ver com a minha carta poi não?;)!
@hopping to see your home mode!