Uma enfermeira chefe do hospital onde trabalho comentava que quase todas as camas estavam ocupadas, e que estavam a ter grandes dificuldades em acolher mais doentes. Que a maioria dos internados eram idosos admitidos tipicamente por infecção urinária, demência e quedas. Ou a combinação muito frequente das três.
Uma das consequências graves deste quadro é o facto de não poderem receber pessoas à espera de cirurgia, tanto agendada como súbita - que também salvam ou que simplesmente melhoram a qualidade de vida.
Obviamente que não acho que haja vidas mais valiosas que outras, e que tem tanto direito a tratamento uma mulher de 90 anos como um homem de 30. Mas será que não estaremos a prolongar desmedidamente a vida, de forma quase artificial, e eventualmente à custa de bens maiores? De que serve "atafulhar" com antibióticos um octagenário que não é independente e cujo dia-a-dia se limita à alternância entre o cadeirão em frente à tv e a cama? Afinal que qualidade de vida quero(emos) ter?
Por isso percebo perfeitamente e empatizo com grande facilidade quando algum deles se lamenta e pergunta retoricamente porque é que Deus não o leva.
Talvez porque a medicina não deixa...
Uma das consequências graves deste quadro é o facto de não poderem receber pessoas à espera de cirurgia, tanto agendada como súbita - que também salvam ou que simplesmente melhoram a qualidade de vida.
Obviamente que não acho que haja vidas mais valiosas que outras, e que tem tanto direito a tratamento uma mulher de 90 anos como um homem de 30. Mas será que não estaremos a prolongar desmedidamente a vida, de forma quase artificial, e eventualmente à custa de bens maiores? De que serve "atafulhar" com antibióticos um octagenário que não é independente e cujo dia-a-dia se limita à alternância entre o cadeirão em frente à tv e a cama? Afinal que qualidade de vida quero(emos) ter?
Por isso percebo perfeitamente e empatizo com grande facilidade quando algum deles se lamenta e pergunta retoricamente porque é que Deus não o leva.
Talvez porque a medicina não deixa...
1 no cravo ou na ferradura:
Perguntas difíceis essas...
Nas quais prefiro não pensar muito, enquanto não tenho de.
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