30 March 2010

Paz de espírito, esse conceito subestimado

Ser infiel dá tanto trabalho como ser fiel - porque ambas as condições exigem dedicação, vontade e às vezes algum esforço. Pedem sabedoria, na verdade e na mentira, na escolha daquilo que queremos para a nossa vida, e na metódica dedicação à causa. Há anos que alimento a ideia simples de que a infidelidade não compensa – bom é estar com quem se gosta enquanto se gosta, e não ter medo de mudar de vida quando se deixa de gostar. É mais fácil de dizer do que de fazer – mas quando se faz e se persiste, tem compensações evidentes. Dorme-se mais tranquilamente. É-se mais feliz. E mesmo na infelicidade consegue-se paz, que é um dos bens mais preciosos da vida. Não me tenho dado mal com o princípio.

Talvez por isso me tenha chamado a atenção a notícia do site que promove a infidelidade de forma prática, discreta e eficaz. Tenho vontade de me inscrever e passar a mensagem aos sócios: em vez de trair a sua mulher (ou o seu marido), já pensou em tentar ser feliz? Sabe que pode divorciar-se e ter o mundo todo pela frente? Não é tão fácil, talvez, mas é muito melhor. E nem precisa de password.


Pedro Rolo Duarte

Infiel ponto com @ Jornal i

1 no cravo ou na ferradura:

echoes said...

muito bom...obrigada :)